quarta-feira, 21 de março de 2018

Relato de uma vivência além de experiêncial

Estar presente por inteiro, estar por completo e sem medo


Estar imerso a um processo criativo de trabalho e apresentar a demais pessoas, exige de nós: tempo, comprometimento, atenção, dedicação, estudo, pesquisa, ousadia para arriscar-se ao incerto, estar pleno e estar por inteiro a cada minuto e segundo desta criação, seja ela pessoal ou coletiva. Nessa perspectiva, é notável também o quanto nos descobrimos - daquilo que achamos ser e não somos - e o quanto ainda estamos por saber - processo de aprendizagem - de algo que pensávamos que sabíamos mas na real não tínhamos tanto conhecimento.

Acompanhar ensaios de um grupo de artes integradas de quebrada facilita muitas coisas: acesso, contato, conhecimento, discussões, criações - para além da dança -, e no meio disso tudo se faz necessário e importante ter: Fôlego, Partida e Dança, Memórias Marginais de Corpos que estão em "ESTADO" de Desapropriação constantemente para se trilhar uma história horizontal e não vertical, com pessoas diversas e de diversos extremos, sejam eles da zona leste a zona norte da cidade como do Grande ABC para um único ponto: Rua Urutu.

A busca pela memória se faz tão particular e sensível a nós, que a cada lembrança de brincadeiras, de contos da infância, dos perrengues, das partidas e voltas de pessoas queridas, do desenvolvimento agrário e ocupacional do espaço, do "se vira nos 30" quando os problemas extrapolam nossas forças físicas que é inevitável as comparações, as semelhanças e as descobertas de algo que: não pertencia ao meu particular, mas que após o primeiro contato com essas narrativas e contos, se tornam tão minhas quanto das pessoas que anunciam essas vivências, esses causos, essas histórias. E tudo começou com uma turma que se nominou em um determinado momento de suas vidas, Núcleo Ximbra, e pra quem não sabe: ximbra nada mais é - para outras pessoas e localidades - a famosa Bolinha de Gude. 


Particularmente, esse núcleo tem salvado vidas e despertado outras visões de mundo - nesse mundo que anda tão hostil nos últimos tempos, mas que também encontram-se outras realezas in-descobertas da grande mídia. O foco nem é esse do núcleo, as objetividades são diversas em uma equipe de seis pessoas que atuam e mais três que andam pelos bastidores que fazem as ações seguirem seus rumos neste mesmo mundo hostil e perverso.

Estar ao lado dessa galera nos últimos dois meses (fevereiro e março de 2018) tem me ajudado a enfrentar meus problemas particulares. Tem preenchido minhas tardes de: segunda, quarta, quinta e sexta feira. Tem me colocado pra pensar, pra escrever (vide esse relato rsrsrs.), pra projetar minhas ideias - que hoje se juntam ainda mais a esta experiência de troca, de partilha, de acompanhamento que estou tendo com essa galera. Saber agradecer em vida a cada encontro se faz importante pra mim, e agradecer essa galera na minha atual situação emocional e sentimental é minha forma de agradecer a cada encontro de despertar pra vida que vocês tem possibilitado a mim, e acredito também que pra tantas outras pessoas que conhecem o Ximbra.

Obrigado por existirem e trabalharem com tamanha dedicação, cuidado, zelo, empolgação, sinceridade neste projeto - que com certeza ficará pra vida toda. E lembrem-se de uma coisa: a memória é coisa rara hoje em dia, alguns aplicativos de smartphones e iphones tentam, de alguma maneira, trazer recordações de imagens e postagens que fazemos nas redes sociais virtuais, mas a memória afetiva, de lembranças que não adentram dentro deste cosmos virtual se torna real e presente pelas vielas curtas e esburacadas da Rua Urutu e vizinhança, e isso tem uma importância e impacto gigantesco para as crianças, jovens, adultos e idosos daquela região, como para mim que venho acompanhando o desenvolver, o criar e os momentos de brincadeira e descontração para minimizar nossas dores e tormentos, mas saibam que a cada encontro com vocês a alegria, a emoção e a vontade de ficar bem se faz presente em todo meu ser quando estou com todxs vocês.

Muito obrigado.

Merda pra vocês.

Vander Clementino Guedes
21/03/2018.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Poesia nova, do coração pra fora. Porque tá foda.

Apenas meu sentir. 


Difícil segurar meu anseio desejado.
Ainda mais quando o tempo anda controlado.
Seria fácil aceitar de vez este fato.
Que o sentimento não se faz presente, muito menos esta lado a lado.

Em duras penas eu vou seguindo.
Rascunhando em versos: meu lamento, meu íntimo.
As frases nem sempre se complementam.
E minhas ansiedades só aumentam.

Coragem quase sempre me falta.
Racionalmente falando, não há nada que me conforta.
O sono foi embora.
E com ele toda beleza de uma noite saborosa.

Ahhhh coração, tu bate tanto no meu peito.
Me estremece de um jeito.
Que fica difícil de suportar,
Toda minha ânsia de continuar a caminhar
Em busca de um singelo desejo.
De tê-la novamente envolvida em meus braços
Oferecendo-lhe muito amor, carinho e respeito.

Vander C. Guedes
2018