sábado, 4 de agosto de 2018

02/08/2018.



Começou o mês do "cachorro louco", e até entendo o porque esse ditado popular ganha certa notoriedade. Parece que tudo vira ao contrário e você fica a mercê de um ditado popular, reafirmando o discussão de que o mês será pesado. enfim, coisas do cotidiano mas vou falar de algo que remete ao que estou vivenciando.

Há umas duas semanas entrei numa pilha de escrever projetos, estudar freneticamente, ler artigos e textos referente a Arte Urbana, Pixação, Graffiti (projeto este que estou encabeçando com meu amigo Bruno Bruno Perê Maní. Enfim, são tantas correrias, tantas ideias, vontades e quereres que acabei me dando conta que precisava respirar, ver outras pessoas, não queria trocar ideia com ninguém, nem discutir, nem falar feio ou bonito, queria apenas sair um pouco do ninho e ver o mundo (se bem que o mundo eu vejo todos os dias, mas a parada tava pesada). Vi aqui, no facebook, os eventos que aconteceriam nesta data acima mencionada e vi que teria um show, gratuito, no Tendal da Lapa que fica - pra mim que sou da zona leste - do outro lado da cidade de São Paulo no bairro da Lapa. Entrei em contato com algumas pessoas mas todas estavam compromissadas, organizadas em seus roles e trampos, sendo assim resolvi ir sozinho. Coloquei o fone nos ouvidos, me agasalhei literalmente e fui pro role.

Chegando no espaço, fui abordado por um cantor de RAP que estava vendendo seu trampo. O mesmo disse da sua trajetória e disse:

- Irmão, paga quanto puder.

Eu, sem trampo, sem grana e sem porra nenhuma pra ajudar o mano, disse que olharia na carteira pra ver o que tinha. Sim, tinha uma verba, pouca mas tinha. Entreguei 5 Golp$s pro mano, ele me agradeceu e disse:

- Bom show pra tu mano.

E eu respondi:

- Pra nós.

Voltei a caminhar, escutando um som de uma cantora africana chama Fatoumata Diawara - que som galera, procurem depois que vocês irão curtir.

Foi chegando mais pessoas, vi algumas que conhecia mas estava ali na minha e de boa, na moral não queria conversar com ninguém. Chegando no role, um amigo me mandou mensagem dizendo que estava por lá, era o Carlos Carlos. Infelizmente durante o show eu não o encontrei, só o vi no final do role. Mas, durante o show encontrei o mano Dan e mais dois amigos seus. Fiquei ali com eles, mas escutando o som, dançando, cantando - mal pra porra - mas estava lá. Acabado o show, encontrei muitas, mas muitas pessoas conhecidas e achei muito foda, engraçado e assustador do tipo: "Carai, não dá pra se esconder mesmo nesta cidade, kkkkkk".

Daí me deparei com um encontro massa, fui chamado pra conhecer o mano que fez o show, e nada mais era do que o Gustavo, vulgo Black Alien. Como estava bem suave, pensei: não vou perder nada mesmo, pois quem tá no role tem que se adaptar com as possibilidades que aparecem. Entrei no espaço do camarim no Tendal da Lapa e trombei ele com o mano Carlos Carlos. Ambos trocaram algumas ideias, pis já se conhecem a uma cota e eu estava ali, de boa. O mesmo chegou perto e perguntou meu nome, me apresentei e ele disse:

- Prazer irmão, tava legal o show?

E eu disse:

- Tava bom demais, prazer em conhecê-lo, talvez eu cole em Itaquera no show seu, lá é mais perto de casa.

E ele deu risada.

Tiramos uma foto, ele agradeceu a presença disse:

- 25 anos passa rápido, você nem vê direito, só sente as boas coisas que tu fez. Vamos pro arrebento.

Após isso, voltei pra casa sozinho, escutando música no celular e pensando no quanto é importante deixar ir - algumas coisas - e corres atrás de outras.

Sim, o dia de ontem foi foda em todos os sentidos, e por pior que pareça perceber isso: NÃO ESTAMOS SOZINHOS NESSA PORRA.

E assim vou tentar seguir, mesmo sozinho - ou com essa sensação latente do meu lado - precisarei olhar para os lados e ver que encontrei aliadas e aliados sempre.

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