sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Escrever o que sinto, me faz acreditar num outro mundo.

Resenha do disco: Imortal - Confronto. RJ - Brasil.



Há uns dez anos atrás, conheci uma banda que faz parte de minha vida e do ser humano que me tornei a ser, e estar em constante mudança e avaliação de minhas próprias ações. 

Procurar expressar o que significa essa música ou aquela outra, num emaranhado de situações, pessoais e coletivas, é bem complicado, se bem que a fala: "Inferno e o Éden'', me faziam refletir em minhas crenças e em minhas convicções, e de fato estas primeiras palavras tornaram meu ego em transeunte pela minha vida e meus afazeres. Eita Causa Mortins, como tu causastes coisas loucas em minha vida.

Depois, conheci o álbum A Insurreição e de fato, a criação se apossou da criatura, e eis que nunca mais consegui parar de ouvir o som deste quarteto, da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro que; com certeza revolucionou ainda mais minhas atitudes e convicções.

Quando eu era mais novo, os shows e festivais de Hard Core e Metal Core eram bem mais sistemáticos, a cada final de semana havia um role pra se enfiar e se divertir com os amigos. E como dizem: "Que tempo bom, que não volta nunca mais...", porém foram muito bem aproveitados e insanamente vivenciados, não somente por mim, mas por uma imensidão de jovens e adultos no final dos anos 2000.

Dentre estes eventos há um em que devo destacar: a Verdurada era algo insano, de protesto e de resistência, e porque não falar de um Sanctuarium? Isto mesmo, em nosso português um Santuário de encontros e de ideias trocadas pra galera ver, ouvir, refletir e agir acima de tudo. Pois bem, este Sactuarium foi muito pesado os meus ouvidos e dialogava, diretamente, com a realidade da época. Mas nem tudo é maravilha em nossas vidas, neste ano o vocal da banda se acidentou, deu um susto na galera que curtia os shows para passar uma mensagem agressiva, mas também muito representativa em nossas caminhadas e minha história de vida.

Os dias passaram, novos compromissos foram sendo feitos mas o Confronto estava pertinente, a todo instante, a todo movimento e pensamento sobre nós e a coletividade. Quebrar barrerias foram necessárias, discussões foram feitas e as ruas foram tomadas. Isso mesmo, as ruas foram tomadas por corpos de mulheres, homens, idosos e idosas, pessoas que estavam se sentindo humilhadas e esquecidas por "tais representantes" do governo. Ainda continuamos em luta, em batalha, sejam elas decorrentes das mazelas feitas e causadas por nós e pelos outros que se dizem "donos do poder".

Ressurgir não é fácil, se alocar e ficar ideias muito menos, para isso ser IMORTAL é o que nos resta para, mais uma vez: refletir sobre o país, sobre política, sobre desigualdade social e trabalhística, sobre as mulheres de nossa história, que foram negadas ao direito de dizerem: "também somos vozes, de várias etnias e de vários sonhos". E mais, 1 h é demais para pensarmos em tudo. Trabalhadores e trabalhadoras que são escravizados e escravizadas, nos empregos, nas empresas, nos órgãos públicos sem contar aqueles e aquelas que usurpam da função que exercem, pensar em 1 h é pouco, mas pode ser o bastante para mudarmos algo em nossas vidas, ou não!

Não, não estou apenas falando de minha vida, das minhas dores e das minhas vitórias, pois ainda sou guerreiro, os meus "brothers" continuam na cena, pois a SANGRIA ainda continua, e continuará até os últimos dias, de minha, de sua, de nossas - talvez - vidas.

Continuemos em pé, com os braços fixos para provocar a mudança, não apenas a mudança de pensamentos, mas de ações e principalmente de comprometimento.

Sigamos este caminho, pois os meus ouvidos agradecem, afinal de contas: A INSURREIÇÃO será permanente, pois precisamos passar pela CAUSAMORTIS, erguer nosso SANCTUARIUM pois o IMORTAL está no que fazemos de nossas vidas, de nossa História, mas esta aqui é contata e cantada por nós, pobres, favelados, humilhados e oprimidos, e tomara que este dia chegue logo, pois: "EU (como vocês) SOU A REVOLUÇÃO".

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