sábado, 6 de dezembro de 2014

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Autor: M.C. Escher. Obra: Limite Circular I. Técnica: Xilografía, 1958.

Na Calada

A noite esta calada.
O barulho que se ouve
É da moto do guarda.
Que gela na miúda
Em busca da sobrevivência
Nas ruas escuras.

Pessoas não se vêem.
Ao menos ao olho nu.
Onde o medo toma conta
O horror nos amedronta
Em meio ao caos
Da Rua Azul.

Azul que representa,
Infinito e conforto.
Porém a bandeira política carrega,
Uma cor amarela
Que não representa
A dor singela
De quem vive na favela.

O vermelho se faz presente
Como sangue não pisado, mas quente.
Em meio a gente
Sem dar o direito - e tempo,
De se proteger
Da bala tangente.

O barulho diminui
Os gritos cessam
A rotina não existe
A criançada gela.

Até quando?
Até!!!
Quando?

Vander xCHEx
2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Voltando a escrever besteiras

 PoesiFicandoSóbrio

 

Andando sem destino.
Perdendo espaço em meio a esperança.
Talvez a natureza 
Esteja certa
Em se aprumar e derramar sua
Cordialidade e sua
Raiva.

Ao voar.
Saímos do status co.
Mas caímos na tentação
De sempre sermos
Melhores.

Melhores na dor.
Na cor.
No suor.
No amor.

E os sentidos 
Se transformam em meras perdições.
A perca de tempo 
Não é notada.
Nem valorizada.
A paz foi mutada
Pelas feridas da nossa
Capacidade.

E assim se fazem
Vidas
Sonhos
Temores
Rumores.
Artes
Vestes
Pestes
Thashs.

2014.

terça-feira, 18 de março de 2014

Desabafo.

Nada me conforma, nada me conforta.


Composição IX. KANDINSKY, Wassily. 1936.

Cinco anos já se foram, após a minha primeira formação universitária, e desde então venho desenvolvendo trabalhos voltados na área educacional. Tenho conhecido algumas vertentes deste mundo tão mágico e ao mesmo tempo tão corrupto, sujo e as vezes: des-humano.

Assumir tal postura ideológica, não é o suficiente enquanto milhares de crianças brasileiras se perdem, todos os dias, em salas de aulas, em "organização não-governamentais" entre outros espaços educacionais, com algumas postura e comportamentos torturantes, onde suas vontades são destruídas e suas perspectivas se evaporam. Decolar é necessário, é preciso e urgente.

Neste curto período de docência, e ao mesmo tempo intenso, confesso que mais aprendi com os/as educandos/as do que com alguns ditos: sabedores pedagógicos/sociais. Não que eu as considere teorias ultrapassadas, pelo contrário teve e algumas ainda tem um valor extraordinário, porém o deleite presente é devastador. As novas opções ou desejos de mudança, de vida parecem surreais. A perca de dar sentido a vida, de saborear o desconhecido é proibido, é insignificante - as vezes, e o imediatismo acaba contribuído, novamente, para a destruição de diversas ações, que possibilitam fugas aos padrões estabelecidos. Arriscar é necessário, é preciso e urgente.

Não adianta termos visões precipitadas, nem pré-conceitos de pré-determinações, da qual iremos alcançar com nossas práticas, com nossas maneiras, tri jeitos dentro de um espaço dito: educacional. Pois, lá  existem outras grades, lá existem certos padrões, lá coexistem ideias chocantes e desinibidas, lá existem horários e momentos de tomar o banho de sol e a volta para as jaulas de pensamentos, de opiniões, de criticidade perante as situações vigentes. Agir é necessário, é preciso e urgente.

Há muito o que quebrar para se alcançar outros vôos, tanto de equipes discentes quanto de equipes docentes, e isso é complexo e desconfortável, sair da zona de conforto, quando a conta está batendo certinho no início do mês, se torna mais importante se manter onde esta do que lutar. Lutar é necessário, é preciso e urgente.

Almejar situações aconchegantes não é meu desejo, meu desejo é fazer, o que faço com vontade e acreditar que é possível lutar pelos nossos sonhos, e quando os sonhos são compartilhados com outras pessoas, as ideias fluem mais e a viajem se torna mais saborosa do que incerta e desconfiante. Isso é acreditar, é poder vivenciar e traçar objetivos e planos de vida. Vivenciar é necessário, é preciso e urgente.

Porém, ainda estamos presos a costumes ultrapassados, que "serviram" em algum momento, mas que não acompanha a atual situação. Isso pode ser  um perigo pois, se acreditarmos que estamos evoluindo, estamos apenas reproduzindo atos e fatos que, infelizmente não dialogam com o presente. Planejar é necessário, é preciso e urgente.

Acredito que o processo é lento mesmo, e a mudança seja algo inalcançável enquanto estiver vivo, porém é necessário construir algo agora para o amanhã - ou o futuro - ser compatível aos anseios do momento, e não apenas do espetáculo ou do status. Vibrar será necessário, será preciso e urgente.

Com tudo isso: eu não me arrependo de nada, e voltaria aos cinco anos atrás e faria a mesma escolha, a mesma opção de construir a História pelas minhas próprias mãos. Pois tudo é: NECESSÁRIO, PRECISO E URGENTE!

Sem mais.